Nosso primeiro post depois do recesso, vem tratar de um assunto bastante delicado. O texto é um sugestão de nossa amiga cursilhista Marcela Garcia.
Leiam com atenção. E até a próxima! =D
HIPOCRISIA – UMA VIDA DE FALSIDADE (Mateus 23.13-29)
A palavra “hipocrisia”, na antiguidade, não tinha esta conotação negativa que hoje conhecemos. W. Barclay, em seu livro Palavras Chaves do Novo Testamento (Vida Nova), afirma que hipocrisia, na antiguidade, estava associada com outras realidades:
a) um interprete ou expositor de oráculos ou sonhos;
b) um orador;
c) um recitador de poesias;
d) um ator.
A conotação negativa que a hipocrisia assumiu nos dias atuais vem exatamente deste ultimo uso – ator, o que desempenha um papel, o que se apresenta de uma forma sem, na verdade, ser aquilo que aparenta.
Nos dias de Jesus, esta pratica estava bastante associada á religiosidade dos fariseus. Fariseu era um grupo religioso-politico-social de grande influencia nos dias de Jesus. Eram os “piedosos” da religião, devotos rigorosos e inquiridores da observância da Lei. Na verdade, eles assim desejavam ser conhecidos, mas não eram nada disso. Eram atores da moralidade e da piedade, interpretes de uma falsa santidade. Falavam e não viviam (v.23). Apresentavam-se envoltos em meio a uma redoma de pureza exterior, todavia, eram tão podres em seus desejos e planos, como qualquer outra pessoa (v.27).
1. AS MANIFESTAÇÕES DA HIPOCRISIA
Nos evangelhos, percebemos claramente como a hipocrisia se manifestava na vida dos religiosos dos dias de Jesus.
a) É o homem que se dá a representar publicamente a bondade. É o homem que quer que todos o vejam dar esmolas (Mt 6.2), que o vejam orar (Mt 6.5), que saibam que está jejuando (Mt 6.16). É o homem cuja bondade visa agradar não a Deus, mas aos homens.
b) É o homem que, no próprio nome da religião, quebra as leis de Deus. É o homem que diz que não pode ajudar seus pais, por que já tinha dedicado seus bens ao serviço de Deus (Mt 15.4-6; Mc 7.10-13). É o homem que se recusa a ajudar um enfermo no sábado, embora não descuide do bem-estar de seus animais no mesmo dia (Lc 13.15). É o homem que prefere sua própria idéia de religião à idéia de Deus.
c) É o homem que esconde os seus motivos verdadeiros sob uma máscara de fingimento. Os motivos verdadeiros das pessoas que perguntaram a Jesus acerca do pagamento de tributos não eram obter informações e orientação, mas, sim, embaraçar Jesus nas suas palavras (Mc 12.15; Mt 22.18).
d) É o homem que esconde um coração mau sob a mascara da piedade. Os fariseus eram assim (Mt 23.28). É o que pratica todos os gestos externos da religião, enquanto no seu coração há orgulho e arrogância, amargura e ódio. É tipo de pessoa que nunca deixa de ir à igreja e que nunca deixa de condenar um pecador.
e) O hipócrita acaba ficando cego. Pode interpretar os sinais do clima, mas não pode ler os sinais de Deus (Lc 12.56). Enganou aos outros tão freqüentemente, que acabou enganando a si mesmo.
f) O hipócrita é o homem que, pela causa da religião, afasta outras pessoas do caminho certo (Gl 2.13; Tm 4.2; I Pe 2.1). Persuade os outros a lhe darem ouvidos, em vez de escutarem a Deus.
g) No fim, o hipócrita é o homem sujeito a condenação de Deus (Mt 24.51).
Aqui há uma advertência: De todos os pecados, a hipocrisia é aquela no qual é mais fácil cair; e entre todos os pecados, é o mais rigorosamente condenado (Pecador convicto x Santo fingido).
Temos que ter um grande cuidado para que não assumamos, na atualidade, a roupagem dos fariseus dos dias de Jesus. É muito mais fácil para uma pessoa viver uma realidade de hipócrita, mascarada, fingida, do que investir diligentemente, diariamente, vigilantemente em uma espiritualidade verdadeira, em uma religião de vida, em uma santidade autêntica. É por isso que hino “Vencendo vem Jesus” traz entre suas estrofes os seguintes versos: “Da vaidade, fieis servos, lutam por fazer-nos seus! Muitas vezes nos assaltam os modernos fariseus...”
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